A história contada no Livro de Mórmon da visita de Jesus Cristo as Ámericas é a mesma contada pelos antigos americanos, Quetzacoatl é Jesus Cristo.
A literatura americana antiga menciona um Deus de barba branca que desceu do céu. É conhecido por exemplo como: Quetzalcoatl. Os historiadores do século XVI, cujos textos já li, registraram as crenças pré-hispânicas concernentes ao Deus de barba branca, que visitou as Américas muito antes dos conquistadores espanhóis. Os seguintes parágrafos contêm exemplos dessas crenças:
Bernardo de Sahagun (nascido em 1499) escreveu: “Quetzalcoatl era estimado e considerado como um Deus e adorado na antigüidade. Tinha cabelos longos e barba. O povo adorava somente o Senhor.” (Historia General de las Cosas de Nueva España, México: Editorial Porrua, S.A., 1985, pp. 195, 598)
Diego Duran (nascido em 1537) escreveu: “Um homem alto, venerável e religioso, de barba, cabelos longos, porte majestoso, atos heróicos, milagres—Afirmo que ele poderia ser um dos bem-aventurados apóstolos.” (Historia de las Indias de Nueva España, 1867, primeira edição, 2 volumes, México: Editorial Porrua, S.A., 1967, 1:9).
Bartolomé de las Casas (nascido em 1474) escreveu que Quetzalcoatl, a serpente emplumada, era branco, barbado e alto, tendo vindo do mar que fica a leste, e de lá irá retornar (Ver Los Indios de Mexico y Nueva España, Antología, México: Editorial Porrua, S.A., 1982, pp. 54, 218, 223).
As tribos de índios tamanacos, da Venezuela, têm a mesma lenda a respeito de um Deus branco e de barbas: “[Amalivacá] tinha o semblante da cor das nuvens da manhã; seus longos cabelos também eram brancos.( … ) Ele disse: ‘Eu sou Amalivacá e vim em nome de meu pai, Ina-uiki.’” (Arturo Hellmund Toyo, Leyendas indigenas del Bajo Orinoco, traduzido por Ted E. Brewerton, Caracas: Imprenta Lopez, Peru 666, pp. 19, 22).
O nome Quetzalcóatl significa literalmente “serpente de plumas”, porém quetzal é também o símbolo de “coisa preciosa”, e cóatl significa gêmeo. Portanto o nome Quetzal-cóatl pode ser traduzido como “gêmeo precioso”, indicando sua atribuição de estrela matutina e vespertina. Esta identificação com o planeta Vênus deu origem a diversos mitos e explica quase todas as lendas de Quetzalcóatl.
Dentre os mitos envolvendo esse deus o mais importante é o da criação do homem. O mundo para os astecas, foi criado varias vezes. Isso porque a criação era seguida pela destruição por cataclismos. A última vez que o homem foi criado o deus Quetzalcóatl foi ao mundo dos mortos recolher os ossos dos homens, verteu sobre eles seu próprio sangue e deu vida novamente aos homens.
Essa lenda explica a importância dos rituais de sacrifício humano e o papel fundamental que o sangue exerce nessa religião. Os homens, para manter-se vivos precisam manter vivos os deuses, alimentando-os com sangue humano. Apesar dessa lenda que justifica o sacrifício humano estar ligada diretamente à Quetzalcóatl consta que ele, durante seu governo sobre o mundo, proibiu essa prática.
Quetzalcóatl foi, sem dúvida, o mito mais difundido por toda a Meso-América. Com caráter multiforme, porém sempre benigno. Esse aspecto valente, bom, de herói integrador seria muito bem aproveitado pelos evangelistas espanhóis no momento de “garimpar” almas para a religião cristã.
Do mito de Quetzalcóatl há varias versões, entretanto nenhuma delas sobreviveu à conquista espanhola de 1519 sob a forma escrita. Os pontos em comum na grande maioria das versões é o fato de que Quetzalcóatl, após criar os homens, desceu das efemérides divinas e encarnou como homem, veio para ensinar à humanidade todas as artes, a sabedoria e a bondade.
O homem Quetzalcóatl foi um rei tolteca muito justo, sacerdote, astrônomo, foi quem adaptou o calendário maia em algumas partes e estruturou o calendário tolteca, assimilado mais tarde pelos astecas. Seu reinado marca a assimilação do povo maia pelos toltecas. Teria morrido em 5 de abril de 1208, exilado em algumas versões, traído e morto em outras. Independente da versão de sua morte e das condições que esta ocorreu o certo é que ao deixar o trono tolteca Quetzalcóatl afirmou que retornaria. Assim ele se converteu no centro de uma cosmologia religiosa.
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