domingo, 7 de agosto de 2016

Quetzalcoatl



A história contada no Livro de Mórmon da visita de Jesus Cristo as Ámericas é a mesma contada pelos antigos americanos, Quetzacoatl é Jesus Cristo.
A lite­ra­tu­ra ame­ri­ca­na anti­ga men­cio­na um Deus de barba bran­ca que des­ceu do céu. É conhe­ci­do por exem­plo como: Quetzalcoatl. Os his­to­ria­do­res do sécu­lo XVI, cujos tex­tos já li, regis­tra­ram as cren­ças pré-his­pâ­ni­cas con­cer­nen­tes ao Deus de barba bran­ca, que visi­tou as Américas muito antes dos con­quis­ta­do­res espa­nhóis. Os seguin­tes pará­gra­fos con­têm exem­plos des­sas cren­ças:
Bernardo de Sahagun (nas­ci­do em 1499) escre­veu: “Quetzalcoatl era esti­ma­do e con­si­de­ra­do como um Deus e ado­ra­do na anti­güi­da­de. Tinha cabe­los lon­gos e barba. O povo ado­ra­va somen­te o Senhor.” (Historia General de las Cosas de Nueva España, México: Editorial Porrua, S.A., 1985, pp. 195, 598)

Diego Duran (nas­ci­do em 1537) escre­veu: “Um homem alto, vene­rá­vel e reli­gio­so, de barba, cabe­los lon­gos, porte majes­to­so, atos herói­cos, mila­gres—Afirmo que ele pode­ria ser um dos bem-aven­tu­ra­dos após­to­los.” (Historia de las Indias de Nueva España, 1867, pri­mei­ra edi­ção, 2 volu­mes, México: Editorial Porrua, S.A., 1967, 1:9).
Bartolomé de las Casas (nas­ci­do em 1474) escre­veu que Quetzalcoatl, a ser­pen­te emplu­ma­da, era bran­co, bar­ba­do e alto, tendo vindo do mar que fica a leste, e de lá irá retor­nar (Ver Los Indios de Mexico y Nueva España, Antología, México: Editorial Porrua, S.A., 1982, pp. 54, 218, 223).
As tri­bos de índios tama­na­cos, da Venezuela, têm a mesma lenda a res­pei­to de um Deus bran­co e de bar­bas: “[Amalivacá] tinha o sem­blan­te da cor das nuvens da manhã; seus lon­gos cabe­los tam­bém eram bran­cos.( … ) Ele disse: ‘Eu sou Amalivacá e vim em nome de meu pai, Ina-uiki.’” (Arturo Hellmund Toyo, Leyendas indi­ge­nas del Bajo Orinoco, tra­du­zi­do por Ted E. Brewerton, Caracas: Imprenta Lopez, Peru 666, pp. 19, 22).
O nome Quetzalcóatl significa literalmente “serpente de plumas”, porém quetzal é também o símbolo de “coisa preciosa”, e cóatl significa gêmeo. Portanto o nome Quetzal-cóatl pode ser traduzido como “gêmeo precioso”, indicando sua atribuição de estrela matutina e vespertina. Esta identificação com o planeta Vênus deu origem a diversos mitos e explica quase todas as lendas de Quetzalcóatl.

Dentre os mitos envolvendo esse deus o mais importante é o da criação do homem. O mundo para os astecas, foi criado varias vezes. Isso porque a criação era seguida pela destruição por cataclismos. A última vez que o homem foi criado o deus Quetzalcóatl foi ao mundo dos mortos recolher os ossos dos homens, verteu sobre eles seu próprio sangue e deu vida novamente aos homens.

Essa lenda explica a importância dos rituais de sacrifício humano e o papel fundamental que o sangue exerce nessa religião. Os homens, para manter-se vivos precisam manter vivos os deuses, alimentando-os com sangue humano. Apesar dessa lenda que justifica o sacrifício humano estar ligada diretamente à Quetzalcóatl consta que ele, durante seu governo sobre o mundo, proibiu essa prática.
Quetzalcóatl foi, sem dúvida, o mito mais difundido por toda a Meso-América. Com caráter multiforme, porém sempre benigno. Esse aspecto valente, bom, de herói integrador seria muito bem aproveitado pelos evangelistas espanhóis no momento de “garimpar” almas para a religião cristã.  

Do mito de Quetzalcóatl há varias versões, entretanto nenhuma delas sobreviveu à conquista espanhola de 1519 sob a forma escrita. Os pontos em comum na grande maioria das versões é o fato de que Quetzalcóatl, após criar os homens, desceu das efemérides divinas e encarnou como homem, veio para ensinar à humanidade todas as artes, a sabedoria e a bondade.

O homem Quetzalcóatl foi um rei tolteca muito justo, sacerdote, astrônomo, foi quem adaptou o calendário maia em algumas partes e estruturou o calendário tolteca, assimilado mais tarde pelos astecas. Seu reinado marca a assimilação do povo maia pelos toltecas. 
Teria morrido em 5 de abril de 1208, exilado em algumas versões, traído e morto em outras. Independente da versão de sua morte e das condições que esta ocorreu o certo é que ao deixar o trono tolteca Quetzalcóatl afirmou que retornaria. Assim ele se converteu no centro de uma cosmologia religiosa.

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