Lembrando que este assunto não tem sido falado em tempos atuais e por nossos profetas vivos, porém foram falados no início de nossa dispensação e mais recentemente pelo Elder James E. Talmage.
Existem muitas moradas...níveis dentro do telestial e terrestrial são inúmeros, já no celestial temos conhecimento de três, e parece evidente que passar de um grau para outro não vem acompanhando de glória e exaltação mas apenas da permissão de entrar num reino maior do que o recebido inicialmente.
Haverá
progressão entre os graus e reinos? O mormonismo ensina que Deus tem um plano de progresso eterno para seus filhos. Fazem parte desse
plano três diferentes reinos de glória – telestial, terrestrial e
celestial -, cada um possuindo em si diferentes graus, os quais serão herdados
de acordo com nossa obediência ao plano.
Uma das
lacunas na atual doutrina sud é a possibilidade ou não de progresso de uma grau
a outro no mesmo reino ou de um reino a outro. Alguém que herdou a glória
terrestrial poderia, ao longo das eras, subir a uma esfera celestial?
As respostas
que ouviríamos hoje na Igreja podem variar de um sincero “não sei” a um
categórico “não!”. A literatura oficial da Igreja hoje parece não abordar tal
tema, preferindo enfatizar que o progresso eterno será apenas acessível aos que
forem exaltados. Mesmo assim, o progresso eterno parece ser relativizado por
algumas afirmações de que Deus não está progredindo porque já progrediu
plenamente. Nesse sentido, o progresso eterno não seria em termos de
conhecimento ou retidão pessoal, mas seria o progresso dos seus filhos.
Brigham
Young defendeu o conceito de que não poderia haver um limite para o progresso
de um ser, pois ele seria condenado a um retrocesso:
O trabalho
de Deus é ver que todos se tornem celestiais assim como ele. Depois das pessoas
terem sido designadas a diferentes graus de glória, não é o fim do seu
progresso. Elas continuarão a avançar acima, até que todos dobrem os
joelhos e se tornem seres celestiais. Se o progresso cessasse em algum
lugar na eternidade, em quaisquer dos reinos, elas seriam imediatamente jogadas
para o caminho de retrocesso. (Journal of Discourses 1:350)
Na primeira
edição do livro Regras de Fé, de 1899, o apóstolo James E. Talmage fala sobre a
possibilidade de avanço entre graus e reinos:
É razoável acreditar, na ausência de
revelação direta pela qual conhecimento absoluto do assunto pudesse ser
adquirido, que, de acordo com o plano Deus de progresso eterno, avanço de um
grau a outro dentro de qualquer reino, e de reino a reino será provido. Mas se
os que recebem uma glória menor serão capazes de avançar, certamente as
inteligências de um nível maior não serão impedidas em seu progresso; e assim
podemos concluir que graus e níveis sempre irão caracterizar os reinos de nosso
Deus. A eternidade é progressiva; a perfeição é relativa (…) (Talmage,
Articles of faith (Regras de Fé), 1899), páginas 420-421)
Ainda que
Talmage diga não haver uma revelação específica sobre o tema, ele afirma estar de
acordo com a doutrina revelada acreditar na progressão entre reinos, além de
apontar para o fato que que não há uma perfeição absoluta, mas sim relativa. O
parágrafo acima foi retirado de edições subsequentes do seu livro.
O progresso
espiritual é eterno? Ou encontra um ponto final? Como discutimos no início desta série, várias afirmações
feitas por autoridades gerais no séc. XIX apontam para a possibilidade de
progresso do ser humano por toda a eternidade, sem um ponto final.
No ano de
1855, Wilford Woodruff ouviu Brigham Young falar a respeito do tema, após terem
realizado um círculo de oração:
Conversando
sobre diversos princípios, o Presidente Young disse que ninguém herdaria esta
Terra quando ela se tornar celestial e transladada para a presença de Deus, a
não ser aqueles que seriam coroados como Deuses e capazes de suportar a
plenitude da presença de Deus, mas eles teriam permissão para levar
consigo alguns servos por quem seriam considerados responsáveis. Todo os outros
teriam que herdar um outro reino, aquele reino de acordo com a lei que haviam
guardado. Ele disse que eventualmente eles teriam o privilégio de se provarem
dignos e avançar a um reino celestial, mas este seria um progresso lento.
Na citação
acima, Brigham Young fala do avanço entre reinos, incluindo ao reino celestial.
2 comentários:
Sempre pensei nisso; me chamaram de louco.
Adorei saber que alguns, "poucos" compartilham da mesma idéia.
Muito diferente da doutrina bíblica... difícil acreditar em algo que não condiz com a Bíblia.
Postar um comentário