domingo, 2 de outubro de 2016

A Fragilidade dos Relacionamentos

                        


                                          Um relacionamento a moda antiga dura….
Hoje nossos relacionamentos parecem que tem data de validade, não me refiro apenas ao conjugal, mas também as amizades e a família.
Relacionamentos baseados no interesse ou em troca de favores não podem durar, um casamento baseado em dinheiro, sexo ou qualquer outro interesse dessa natureza temporária não pode durar.

Não é de hoje que as pessoas tentam classificar os tempos em que vivem. Era de Ouro, Era de Aquário, Era sei-lá-do-quê. As épocas são compostas por várias características, mas alguma sempre salta aos olhos de quem se dispõe a analisá-las.
Vejam o que disse Felipe Machado do Jornal Estadão
“Eu acredito que vivemos na Era da Fragilidade.
Essa fragilidade certamente não é dos governos ou das instituições oficiais, embora muitas delas tenham solidez de uma geleia. Esta é a Era da Fragilidade das relações.
Não é à toa que redes sociais como Facebook e Twitter sejam tão populares. É mais confortável trocar ideias virtuais do que reais, já que pela internet só nos relacionamos com quem pensa igual à gente. E, se por acaso alguém ousar discordar, basta desligar o computador.
Isso não é uma crítica às redes sociais – seria como atirar no mensageiro –, que são apenas o reflexo dessa fragilidade das relações. É uma crítica a nós mesmos, que deixamos a correria alucinada do mundo ditar o ritmo de nossas vidas. Ninguém tem mais paciência para nada, ninguém tem tempo para perder com nada: nem com o que é importante. ”
Uma vida pode ser destruída por um relacionamento e com certeza deve ser construída por meio das relações.
Será que podemos perder um cônjuge, um amigo ou familiar?
Essa pergunta pode ser respondida com um sincero, mas inocente SIM, ou maduro e não menos sincero NÂO. Eu diria que o desejo de continuar é o que mais importa, a ofensa, a desavença, a briga, o mal-entendido apesar de serem a causa motriz para o início não podem e não precisam ser para o fim.
Vi algumas pessoas dissolverem casamentos e outros relacionamentos, erros cometidos por um ou o que é mais comum por ambos. Erros de toda espécie e natureza formam uma história diferente para cada pessoa, mas um final comum é o que mais acontece, infelicidade, brigas e dissolução de anos de amizade e parceria.
Disse Paulo Cheng
“Mentimos, dissimulamos, encenamos, traímos, não perdoamos, somos experts em conduzir relacionamentos por puro interesse social, financeiro ou circunstancial. Nos doamos de forma superficial, pois nutrimos o medo de criar laços, de fincar raízes profundas. Sempre esperamos retribuições, e criamos expectativas exacerbadas nas pessoas. Os relacionamentos são egoístas, frágeis, inconsistentes, e com o advento das redes sociais (que tem seu lado bom, obviamente), creio que os relacionamentos, ou boa parte deles, se tornaram frívolos e mecânicos.
Fugir desse sistema nocivo e que nos acorrenta não é fácil, entretanto, não é impossível, nadar contra a correnteza, percorrer o caminho inverso, andar na contramão, uma tarefa difícil, mas que será necessário para que mantenhamos o bom senso, durmamos em paz com a nossa consciência e que possamos, mesmo de forma ínfima,tentar resgatar valores sadios e atemporais nos relacionamentos.”
Mascaramos nossos sentimentos. Sim, as sociedades rechaçam pessoas muito emotivas, sensíveis, que expõem suas fraquezas e falhas, pois, em nossas míseras convenções, tais pessoas passam a impressão de vulnerabilidade, instabilidade e fraqueza. Queremos nos aproximar de pessoas que mostrem um lado forte, que não choram, que não passam por problemas, como se um momento de fragilidade que acometesse tais pessoas fosse algo impensável.
Será que a ira, a inveja, a discórdia, o orgulho, a desavença, uma briga, algo dito, algo não dito ou até ciúmes podem acabar com um relacionamento?
A resposta que o espírito me dá é : somente se você permitir. 




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