quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A Consagração HOJE - 6



Como viver hoje essa lei tão importante. 
 Este texto eu retirei na integra do professor Steven C. Harper que é professor da BYU, escrito em um de seus discursos.
1-Quando os santos foram expulsos das terras do Condado de Jackson que o Bispo Partridge havia comprado legalmente e passado por escritura aos Santos, Joseph Smith orou ao Senhor em julho de 1838 e pediu: "O! Senhor, mostra aos teus servos. Quanto das propriedades de teu povo tu requeres de dízimo?"
Os santos modernos podem estar perplexos que ele tivesse que fazer tal pergunta. Não sabiam eles que o dízimo era de 10 por cento? A resposta é não, por dois motivos. Primeiro, embora o radical hebraico da palavra dízimo em Malaquias 3:8, 10 refira-se a um décimo, os Santos não associavam esta palavra com um décimo nesta dispensação até que o Senhor respondeu à oração de Joseph, dando a seção 119. Segundo, esta revelação emprega a palavra dízimo uma vez e dizimado duas vezes. Nestes três casos a palavra refere-se ao primeiro mandamento desta revelação: "Em verdade assim diz o Senhor: Exijo que todos os seus bens excedentes sejam entregues nas mãos do bispo da minha igreja em Sião" (D&C 119:1). Este é o começo do dízimo, que ao contrário do que muitos dizem, não se trata de uma lei inferior nem temporária, segundo a seção 119, e sim, "uma lei em vigor para sempre para eles" (D&C 119:4), e esta lei foi dada pelos mesmos motivos que foi dada a lei de consagração na seção 42, e outras seções.Joseph Smith, diário, 8 de julho de 1838, em Dean C. Jessee, redator, The Papers of Joseph Smith (Salt Lake City: Deseret Book, 1992), 2:257
2-Apesar de algumas das táticas de implantação da lei serem diferentes hoje em dia, não há nenhuma diferença grande entre o que o Senhor espera do santos hoje e o que Ele ordenou pela primeira vez em seção 42, nem na emenda subsequente na seção 119. Em outras palavras, a seção 119 não foi dada em lugar da lei de consagração; é uma reiteração da lei de consagração e estabelece as condições em que podemos viver a lei hoje em dia.
Brigham Young estava presente quando o Senhor revelou a seção 119. Ele foi designado para visitar os Santos e "descobrir que propriedades sobravam a fim de adiantar a construção do templo a que se deu início em Far West." Antes de embarcar ele perguntou a Joseph, "'Quem será juiz do que é propriedade residual?' Ele disse: 'Que eles mesmos sejam o juiz de si.'"
Brigham Young, em Journal of Discourses, 2:306
3-Consequentemente alguns Santos dos Últimos Dias ofereceram seu restante de propriedades.

Alguns ofereceram parte delas. Alguns não deram nada.
Ninguém foi forçado; e assim permanece hoje. O indivíduo decide obedecer ou não de sua livre vontade.
As vezes dizemos que devemos estar preparados para viver a lei de consagração para o dia em que os líderes nos pedirem. às vezes usamos a palavra requerer, passando a responsabilidade à Igreja ou aos líderes. Meus alunos me perguntam em seguida: Por que os líderes não requerem que vivamos a lei da consagração hoje em dia? Fico pensando: O que será que querem dizer por requerer. Pensam que os diáconos serão mandados de casa em casa para fiscalizar nossa despensa ou levantar uma auditoria da nossa conta bancária? Se pensamos que é assim, não compreendemos nem a lei de consagração nem como Deus atua. E claramente não entendemos a lei de consagração assim como se encontra em Doutrina e Convênios. Em outras palavras, já nos foi ordenado guardar a lei de consagração. E muitos já fizeram o convênio. Sim, é nos requerido, de certa forma, se esperamos receber as bênçãos prometidas, inclusive a glória celestial. O Senhor pode não mandar agora os diáconos confiscar nosso excesso mas, como declara Doutrina e Convênios 104: 13-18, os que quebram o convênios acabarão mais tarde sofrendo os tormentos do inferno.
Então, quem guardar os convênios de maneira cuidadosa procurará saber o que mais o Senhor possa lhe requerer. Como nós, no século vinte e um, podemos cumprir com a lei de consagração? Que querem dizer os vocábulos ambíguos da lei, tais como resíduo, suficiente, mais do que é necessário, desejos e abundantemente suprido? Esta cuidadosamente proferida lei claramente ensinsa princípios e não dogmas. Ela revela a vontade do Senhor sem coerção e compulsão. Possibilita que quaisquer membros possam "ocupar-se zelosamente numa boa causa e fazer muitas coisas de sua livre e espontânea vontade e realizer muita retidão. Pois neles está o poder e nisso saõ seus próprios árbitros. E se os homens fizerem o bem, de modo algum perderão sua recompensa. Mas o que nada faz até que seja mandado e recebe um mandamento com o coração duvidoso e guarda-o com indolência, é condadado" (D&C 58:27-29). Palavras como estas são suficientes para colocar a mordomia e responsabilidade no contexto certo. Compelem-nos a utilizar nosso arbítrio e agir por nós mesmos. Nós é que decidimos o que significam em termos de tempo e dinheiro porque somos os mordomos investidos de poder e responsáveis perante o Senhor pelo uso ou abuso daquilo que pertence justamente a Ele. Joseph entendia e ensinava este princípio. Ele aconselhou o Bispo Partridge, que às vezes era intrometido, a não "entrar em grandes detalhes ao fazer os inventários." Como o Profeta colocou: "Um homem se compromete, pela lei da Igreja, a consagrar os bens, sem ser obrigado, ao bispo antes de que possa ser herdeiro legal do reino de Sião. A não ser que faça isso não pode ser reconhecido perante o Senhor no livro da Igreja. Cada qual deve ser seu próprio juiz quanto àquilo que deve receber e deve deixar nas mãos do Bispo."
Joseph Smith Jr., Sidney Rigdon, e Frederick Williams a William Phelps e outros, 25 de junho de 1833, Joseph Smith Letter Book 1829-35, 44-50, Church History Library
4-Depois que os Santos foram expulsos de Condado de Jackson em 1833, o Bispo Partridge parou de receber ofertas e dar mordomias por escrituração. A revelação de Fishing River que deu cabo ao acampamento de Sião no verão de 1834, a atual seção 105, contém um versículo que faz alguns estudiosos crerem que o cumprimento da lei de consagração tenha sido adiado: "E que os mandamentos que dei com respeito a Sião e sua lei sejam executados e cumpridos após sua redenção" (versículo 34). Este versículo não fala em revogar a lei. Diz que os mandamentos específicos de comprar terras e construir um templo em Jackson e talvez até a escrituração de mordomias específicas serão executados depois que o Condado de Jackson for devolvido aos Santos. Como é que isto pode acontecer sem antes obedecer à lei? Hugh Nibley escreveu, com um pouco de frustração, que "o propósito categórico da lei de consagração é o de edificar Sião. . . . Não esperamos Sião chegar para começar a observá-la; ao contrário disso, significa que é o meio de nos aproximar mais de Sião"
Nibley, Approaching Zion, 390

5- Lorenzo Snow ensinou que o Santos não são "justificados em esperar o privilégio de voltar para edificar a estaca central de Sião até que todos demonstremos 

Obediência à lei de consagração." Ele tinha certeza que aos Santos não seria permitido entrar na terra de onde foram expulsos até que o coração estivesse preparado para honrar esta lei e fôssemos santificados por praticar esta verdade."
Lorenzo Snow, em Journal of Discourses (Liverpool: Latter-Day Saints' Book Depot, 1874), 16:276
6-Munidos de conhecimento correto da lei, somos agentes livres-mordomos responsáveis pelas posses do Senhor, inclusive nós mesmos. Temos que agir agora ou em obedecer à lei de consagração ou em desobedecer. Não fazer nada equivale a desobedecer. Mas o bispo nem pede nem dá título da minha herança.
Como posso obedecer? O élder Orson Pratt sabiamente observou que não há nada "escrito nas revelações que nos requeira utilizar um método específico."
Orson Pratt, em Journal of Discourses, 21:148
7-Então, o que espera o Senhor? C. S. Lewis acreditava que "a Única regra segura é dar mais do que temos condições de dar. Em outras palavras, se nossas despesas com conforto, coisas luxuosas e diversão, etc. são iguais às das pessoas que têm uma renda semelhante a nossa, provavelmente não estamos doando o suficiente. Se o que damos de caridade não nos apertar ou nos impedir de fazer algo, eu direi que é muito pouco. Deve haver algumas coisas de que gostamos de fazer mas que não podemos porque nossa caridade nos deixa sem condições de fazê-las."
C. S. Lewis, Mere Christianity (San Francisco: HarperCollins, 2001), 86
8-Além do convite aberto do Senhor de fazer muitas coisas boas de nossa livre e espontânea vontade, os líderes do sacerdócio nos dão oportunidades específicas de doar nosso tempo, talentos e posses para aliviar a pobreza e edificar o reino. Alguém sugeriu esta diretriz (em conformidade com D&C 42:54; 104:18; e a seção 119) para exercer nosso arbítrio: "Além de pagar um dízimo honesto, devemos ser generosos em ajudar os pobres."
Joe J. Christensen, Conferência Geral de abril de 1999, 11
9- O Presidente Marion G. Romney perguntou: "O que nos proíbe de dar uma oferta de jejum equivalente aos resíduos que davam em 1830? Nada senão nossas próprias limitações."
Marion G. Romney, Conferência Geral de abril de 1966, 100
10- O Presidente Spencer W. Kimball mandou: "Dêem, em vez do valor que poupamos ao jejuar por duas refeições, muito mais- dez vezes mais se tiverem condições de fazê-lo."
Spencer W. Kimball, Conferência Geral de abril de 1974, 184
11-Pais vivem a lei quando "deixam as coisas deste mundo" a favor de criar os filhos de Deus (D&C 25:10). Os casais guardam a lei quando deixam o lazer para ir a lugares distantes ou até próximos para "realizar muita retidão" (D&C 58:27). Os profissionais vivem a lei quando oferecem sua perícia aos necessitados sem se preocuparem com os honorários ou elogios. Podemos viver a lei por nos tornarmos "propriedade comum de toda a igreja ," e "procurar os interesses de seu próximo e fazer todas as coisas com os olhos fitos na glória de Deus" (D&C 82:18-19). Geralmente o Único documento de que precisamos é o papelzinho muito conhecido do dízimo e ofertas que estão disponíveis em todas as capelas onde os Santos dos Últimos Dias se reÚnem. A Única limitação, como disse o Presidente Romney, é aquela que nos impomos em nós mesmos.
Wilford Woodruff, um dos soldados valentes do Acampamento de Sião, não acreditava que a revelação que deu fim ao acampamento (vide D&C 105) fosse nem rescindida nem adiada. Em fins de 1834, seis meses depois que a revelação foi dada (seção 105), Wilford escreveu uma carta ao Bispo Partridge com estas palavras: "Saibam todos que eu, Wilford Woodruff, livremente faço convênio com meu Deus que livremente me consagro e dedico junto com todas as minhas propriedades e pertences ao Senhor a fim de ajudar a edificar seu reino, sim Sião, na Terra para que eu guarde sua lei e coloque todas as coisas perante o bispo de sua Igreja para ser um herdeiro legal do Reino de Deus, o Reino Celestial," então ele forneceu uma relação de seus bens.
Wilford Woodruff, diário, 31 de dezembro de 1834, Church History Library
12-Wilford entendia perfeitamente as doutrinas da lei de consagração. Tinha arbítrio. Duas vezes ele disse que agiu de livre e espontânea vontade, sem coerção nem qualquer outro convite senão a revelação original. Ele era mordomo de "propriedades e pertences," e prestava contas ao Senhor e ao servo do Senhor, o bispo. Wilford Woodruff tomou seu arbítrio e se empenhou com afã na Única causa que, afinal das contas, importa. Nem a desobediência dos irmãos e irmãs, nem a crueldade das turbas nem a cultura opressiva e materialista que se preocupava com a aquisição de bens o desviou do caminho de consagração. Ninguém pôde convencê-lo de que o Senhor havia revogado a lei.
Joseph reconhecia o fato de que ao serem expulos de Missouri em 1839, os Santos destituídos não tinham condições de edificar a Nova Jerusalém naquela época tampouco de viver a lei como um povo. Mas ele não disse que o Senhor havia revogado a lei, só que os Santos tinham bem pouco e que não havia resíduo. Porém Joseph mal havia saído do cárcere de Liberty quando deu início às obras da cidade de Nauvoo, coroando-a com um templo sagrado cujas ordenanças poderosas culminam com o convênio de consagração ao reino de Deus. Tendo sido dotado de convênio pelas mãos de Joseph no templo de Nauvoo, Wilford deixou aberta a porta de sua casa e saiu para o oeste para construir mais templos. Sua casa e propriedades haviam cumprido seu destino como meios temporários para chegar a um destino sagrado. Levi Jackman se uniu a ele e os outros que foram guiados pelo Presidente Young, inspirados por estas palavras da seção 136 de Doutrina e Convênios, uma revelação que reafirma todos os princípios da lei de consagração: "E este será nosso convênio: Caminharemos de acordo com todas as ordenanças do Senhor" (versículo 4).
"Ao ponderar e procurar a consagração," disse o élder Neal A. Maxwell, "naturalmente trememos dentro de nós mesmos ao contemplar o que pode ser-nos requerido. Mesmo assim, o Senhor já disse de maneira muito consoladora que 'Minha graça vos basta' (D&C 17:8). Será que realmente acreditamos nEle? Ele também prometeu fazer fortes as coisas fracas (éter 12:27). Estamos realmente dispostos a nos submeter a este processo? Pois se desejamos a plenitude, não podemos reter uma parte!"
Maxwell, Conferência Geral de abril de 2002, 44

 

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