O Cosmo de Nosso Criador
Neal A. Maxwell – Quórum dos 12
apóstolos
A educação religiosa de nossos jovens e jovens adultos nos seminários e
institutos de religião e nas escolas, faculdades e universidades da Igreja se
trata de um dos programas mais eficientes e de maior rendimento da Igreja!
Mesmo que seja seu dever servir à nova geração,
tenho certeza de que este seu dever já lhes chegou a ser um prazer. Por isso
agradeço-lhes de todo o coração! E agradeço ao irmão Randy McMurdie, que tanto
ajudou na elaboração dos slides especiais.
Transmito meu apreço especial ao Professor Eric G.
Hintz da Universidade Brigham Young, um astrônomo observador, por suas
sugestões tão substanciais e úteis referentes a meu discurso. Através dele tive
o prazer de descobrir que o número de estudantes Santos dos Últimos Dias que
fazem pós- graduação em astronomia e astrofísica está crescendo cada vez mais.
Para eles e para nós estas palavras de Anselmo se constituem de bons conselhos:
“Crede para que entendais,” em vez de “entender para crer.” Eu, e somente eu,
sou responsável por aquilo que agora direi. O tema é: “O cosmo de nosso Criador.”
Rogo pela ajuda imprescindível do Espírito ao
falar-lhes como Apóstolo e não astrofísico. Como testemunha especial lhes
falarei do que testifica o universo: “As escrituras estão diante de ti, sim, e
todas as coisas mostram que existe um Deus; sim, até mesmo a Terra e tudo
que existe sobre sua face, sim, e seu movimento, sim, e também todos os
planetas que movem em sua ordem regular testemunham que existe um Criador
Supremo ” (Alma 30:44; itálicos acrescentados).
Que aquilo que se segue (não as minhas palavras, e
sim as palavras assombrosas das escrituras, juntamente com algumas imagens
deslumbrantes possa nos proporcionar ainda mais assombro e reverência pelas
maravilhas que o Pai e o Filho fizeram para nos abençoar.
Sob a ordem do Pai, Cristo foi, e continua sendo, o
Senhor do universo: “aquele que olhou por sobre a vasta extensão da
eternidade” (D&C 38:1; itálicos acrescentados).
Carl Sagan, o falecido cientista que nos
ensinava tão bem a respeito da ciência e do universo, com perspicácia observou
que “em alguns aspectos a ciência tem ultrapassado a religião no que se refere
ao assombro e reverência. Como pode ser que quase nenhuma religião já estudou a
ciência e concluiu: ‘É melhor que pensávamos! O universo é muito maior que os
profetas disseram, mais glorioso, mais sútil e mais elegante. Deus deve ser
ainda maior do que imaginávamos’? Em vez disso, dizem: ‘Não, não, não! Meu deus
é um deus pequeno e quero que permaneça deste jeito.’ Uma religião, seja velha
ou nova, que enfatize o esplendor do universo conforme revelado pela ciência
moderna poderá invocar reservas de reverência e de admiração mal usadas pelas
religiões tradicionais. Mais cedo ou mais tarde tal religião surgirá.”
Não devem faltar aos Santos dos Últimos Dias nem a
reverência nem a admiração, levando em conta o fato de que contemplamos o
universo no contexto das verdades divinas que nos foram reveladas. Sim, o cosmo
“conforme revelado pela ciência moderna” é “elegante,” como escreveu Sagan. Mas
o universo também está cheio de propósitos divinos, de forma que nossa
admiração deve aumentar, proporcionando sentimentos até mais elevados de
reverência pelo “esplendor do universo”!
Naturalmente, a Igreja não segue a astrofísica de
2002, nem apoia qualquer teoria científica específica quanto à criação do
universo.
Ao elaborarem seus estudos importantes, os
astrofísicos utilizam o método científico e não estão à procura de respostas
espirituais. Alguns cientistas compartilham nossa crença nas explicações
religiosas em relação a estas vastas criações, mas outros encaram nossa crença
como sendo sem fundamento. Desprovidos de uma crença num significado cósmico,
alguns cientistas, como explica certo escritor, veem os humanos como “seres
arrancados e lançados, chorosos, num universo alheio.”
De forma poderosa, as escrituras restauradas nos
ensinam o contrário!
Mas será que as palavras amplas das escrituras, com
que fomos abençoados, nos emocionam o suficiente? Será que estamos nos tornando
o tipo de pessoa que reflete a respeito de tais doutrinas elevadas devido ao
aumento de nossa santificação espiritual? Irmãos e irmãs, Deus está revelando
os segredos do universo, e nós, será que estamos prestando atenção?
Como parte de nosso discipulado diário, instrui-se
a nós que devemos “levantar as mãos cansadas” (Hebreus 12:12). Por que não
procurar também “levantar” a mente passiva e provincial que está cansada e não
se dá conta da grandeza deslumbrante de tudo isso?
Posto que Deus tem feito de tudo para preparar um
lugar para nós neste imenso universo, não devemos cultivar e mostrar uma fé
maior? Ao passarmos pelas perplexidades e dificuldades da vida, será que
teremos fé que o Criador tomou medidas suficientes para levar a efeito seus
propósitos?
Muitos anos atrás, o Presidente J. Reuben Clark Jr.
fez este comentário consolador: “Nosso Senhor não é principiante, nem amador;
Ele já passou por este caminho por muitas e muitas vezes.”
Irmãos e irmãs, não é verdade que Deus já definiu
seu caminho como sendo “um círculo eterno”? (D&C 35:1; vide também, 1 Néfi
10:19; Alma 7:20; D&C 3:2).
Um apreço maior pela grandeza do universo nos
ajudará a viver com mais retidão dentro de nosso próprio minúsculo universo. De
igual modo, uma compreensão maior do governo de Deus sobre vastas galáxias pode
nos levar a governarmos melhor a nós mesmos.
Passaremos agora a uma mistura de escrituras,
imagens e comentários científicos.
Contemplem esta primeira foto de nossa bela Terra
tirada com a lua em primeiro plano:
Reflitam quanto tempo levou até que o homem pudesse
(pôde) chegar à lua, ainda que ela se localize, figurativamente, em nosso
próprio quintal!
Os recursos tão necessários para sustentar a vida
humana se encontram em abundância neste planeta, e, a não ser que sejam
desperdiçados, sabemos que “há bastante e de sobra” (D&C 104:17). Porém,
por maior que seja a Terra, como todos nós que viajamos de avião podemos
testemunhar, Stephen W. Hawking nos ofereceu uma perspectiva moderada: “[Nossa]
Terra é um planeta de tamanho médio que descreve órbita por volta de uma
estrela média na periferia de uma galáxia espiral comum, que por sua vez
é uma galáxia dentre mais ou menos um milhão vezes um milhão de galáxias que
fazem parte do universo que conseguimos observar.”
Um cientista que não acredita no desenho divino,
mesmo assim escreveu que “ao observarmos o universo e identificarmos muitos
acidentes . . . que se uniram para o nosso benefício, quase que me parece como
se o universo soubesse de alguma forma que estávamos para chegar.”
As condições nesta terra são aparentemente mais
favoráveis do que nos outros planetas de nosso sistema solar.
Por exemplo, se nosso planeta estivesse mais
próximo do sol, estaríamos fritos, literal e figurativamente; se estivesse mais
distante, ficaríamos congelados.
Agora, notem a seta que indica o local aproximado
do nosso sistema solar dentro da grande extensão incrível da nossa própria
galáxia, a Via Láctea.
´ [Sistema
Solar]
Neste slide nota-se que embora nosso sistema solar
tenha uma extensão de milhões e milhões de quilômetros, nesta perspectiva é tão
minúsculo que nem pode ser visto! Que vastidão incompreensível!
Numa noite de céu claro, vocês e eu podemos ver
partes da Via Láctea, mas como seria se só pudéssemos ver essas estrelas
brilhantes de mil em mil anos? Ralph Waldo Emerson escreveu que daí “os
homens acreditariam e adorariam e preservariam ao longo de muitas gerações a
lembrança da cidade de Deus que lhes fora revelada!”
Não é de se admirar que as escrituras nos expliquem
quão amplo e variado é este testemunho de Deus para nós: “E eis que . . . todas
as coisas são criadas e feitas para prestar testemunho de [Deus], ...coisas que
estão acima nos céus e coisas que estão na Terra . . . : todas as coisas
prestam testemunho de [Deus] ” (Moisés 6:63; itálicos acrescentados).
Agora, contemplem o que constitui um segmento só,
dentro de nossa imensa Via Láctea:
Que coisa impressionante, não é? Especialmente
quando levamos em conta que a distância é tão enorme entre cada ponto de luz!
Embora não conheçamos o processo
criativo de Deus, temos registro de fatos espirituais que reafirmam o grande
início que se deu há tanto tempo atrás.
“E estava entre eles um que era semelhante a Deus;
e ele disse aos que se achavam com ele: ‘Desceremos, pois há espaço lá,
e tomaremos destes materiais e faremos uma terra onde estes possam habitar; . .
. E eles desceram no princípio; e eles . . . organizaram e formaram
os céus e a Terra” (Abraão 3:24; 4:1; itálicos acrescentados).
É impressionante que, de acordo com alguns
cientistas, “Nossa galáxia, a Via Láctea, se localiza num dos espaços
relativamente vazios entre os Paredões.”
Certamente
há espaço lá.
Ao continuarem a sondar além de nossa galáxia com o
telescópio espacial Hubble, cientistas capazes têm descoberto maravilhas
deslumbrantes como a Nébula Keyhole (buraco de fechadura) que possui suas
próprias estrelas.
O telescópio Hubble tem nos revelado até muito mais
e certamente tudo isso se trata de algo assombroso!
A próxima imagem é de uma região onde se formam as
estrelas a partir de material não organizado.
“E como a terra com seu céu passará, assim outra surgirá”
(Moisés 1:38).
Agora, veremos uma foto do que resta quando uma
estrela morre.
“Pois eis que há muitos mundos que pela palavra de
meu poder passaram” (Moisés 1:35).
Nas palavras do hino “Grandioso és tu,” ao
cantarmos do universo e da expiação, queremos “estar de joelhos entre os
santos, na mais humilde e vera adoração.”
Seja qual for o processo inicial que Deus empregou,
sabemos que havia supervisão divina: “E os Deuses vigiaram aquelas coisas que
eles haviam ordenado, até elas obedecerem” (Abraão 4:18; itálicos
acrescentados).
É de grande significado saber que nós aqui na Terra
não estamos sós no universo. Em Doutrina e Convênios, que, por sinal, será o
foco de nossos estudos deste ano, lemos que “por ele [Cristo] e por meio dele os
mundos são e foram criados; e seus habitantes são filhos e filhas
gerados para Deus” (D&C 76:24; itálicos acrescentados; vide também Moisés
1:35).
Não sabemos onde estão nem quantos outros
planetas existem, embora pareçamos estar sozinhos em nosso próprio sistema solar.
Quanto ao papel contínuo do Senhor em meio a Suas
vastas criações, muito pouco se tem revelado. Porém, há algumas noções a
respeito dos reinos e de seus habitantes.
“Portanto a esta parábola compararei todos estes
reinos e seus habitantes—cada reino em sua hora e em seu tempo e em sua
estação, de acordo com o decreto de Deus” (D&C 88:61).
O Senhor até nos convida para “ponderar em [nosso]
coração” aquela parábola específica (versículo 62). Tal ponderação não
significa uma especulação superficial e sim uma antecipação humilde e paciente
de futuras revelações. Além disso, Deus só deu uma revelação parcial—não
total—a Moisés, sendo “um relato apenas sobre esta Terra” (Moisés 1:4, 35),
mesmo assim Moisés aprendeu coisas que “nunca havia imaginado” (versículo 10).
Não obstante, nós não adoramos um Deus de um
planeta só!
Agora, abram os olhos e fitem esta imagem do que se
chama “espaço profundo”:
Quase todo o pontinho de luz deste slide (cortesia
do telescópio Hubble) representa uma galáxia! Pensem em nossa própria Via
Láctea. Disseram-me que aqui cada galáxia possui cerca de 100 bilhões de estrelas.
Só esta fatiazinha do universo tem mundos incontáveis.
Crentes no desenho divino incluiam o eloquente
Alexander Pope. Foi assim que ele reagiu às maravilhas deste universo:
Um labirinto poderoso! porém não desprovido de um plano. . . .
Embora se conheça Deus através dos mundos inumeráveis,
Cabe a nós descobri-lo em nossa própria esfera. . . .
[Mesmo havendo] outros planetas que giram em volta de outros sóis.
Para a nossa felicidade, irmãos e irmãs, a vastidão
das criações do Senhor se iguala à natureza pessoal de seus
propósitos!
“Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus,
o Deus que formou a terra e a fez; ele a confirmou, não a criou vazia, mas a
formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor e não há outro” (Isaías 45:18;
vide também Efésios 3:9; Hebreus 1:2).
“E mundos incontáveis criei; e também os criei para
meu próprio intento; e criei-os por meio do Filho, o qual é meu Unigênito.
“. . .
Pois eis que há muitos mundos que pela palavra de meu poder passaram. E há
muitos que agora permanecem e são inumeráveis para o homem; mas todas as coisas
são enumeráveis para mim, pois são minhas e eu conheço-as” (Moisés 1:33, 35).
Pode-se perguntar: Qual é o propósito de Deus para
os habitantes? A melhor e mais simples expressão disso se encontra naquele
versículo que todos nós conhecemos: “Pois eis que esta é minha obra e minha
glória: Levar a efeito a imortalidade e vida eterna do homem” (Moisés 1:39).
Portanto, na grande expansão do espaço, há uma pessoalidade
deslumbrante, pois Deus conhece e ama a cada um de nós! (vide 1 Néfi 11:17). Não somos seres sem importância num universo
inexplicável! Embora a indagação do salmista fosse: “Que é o homem mortal para que te
lembres dele?” (Salmos 8:4), a humanidade está no próprio centro da obra de
Deus. Somos as ovelhas de sua mão e o povo de seus campos (vide Salmos 79:13;
95:7; 100:3). Sua obra inclui nossa imortalização, levada a efeito pela
gloriosa expiação de Cristo! Pensem bem, irmãos e irmãs, mesmo com sua vida
longa, as estrelas não são imortais, mas vocês e eu somos.
As revelações nos dão poucas informações acerca de como
o Senhor criou tudo, ao passo que os cientistas se concentram no como, o
que e quando da criação do universo. Contudo alguns deles
reconhecem que há dúvidas quanto ao porquê. Hawking disse: “Embora a
ciência possa resolver o problema de como o universo iniciou, ela não
pode responder à pergunta: Por que o universo se importa em existir? Não
sei a resposta a esta pergunta.”
Albert Einstein, ao falar de seus desejos, disse:
“Eu quero saber como Deus criou este mundo. Não me interessam nem este
nem aquele outro fenômeno, nem o espectro de tal elemento ou de tal outro
elemento. Quero saber os pensamentos Dele; o que resta são apenas detalhes. ”
O Dr. Allen Sandage, um que acredita na criação
divina, era assistente de Edwin Hubble. Sandage escreveu o seguinte: “A ciência
. . . se importa com o quê, quando e como. Dentro do método
científico, por mais poderoso que seja, a ciência não explica, nem pode
explicar, o por quê.”
Felizmente, através das revelações recebemos respostas
vitais e essenciais aos por quês, que são, aliás, a coisa de maior importância
para nós! Havendo visto coisas espetaculares, Enoque regozijou-se, mas com quê?
Regozijou-se com a afirmação pessoal que recebera acerca de Deus: “Contudo
estás aí” (Moisés 7:30). Enoque até viu Deus chorar devido ao sofrimento
desnecessário da humanidade, o que nos revela muito sobre o caráter divino
(vide versículos 28–29). Mas este
é um assunto para outro discurso.
Notem bem, mesmo tendo recebido revelações notáveis
a respeito do cosmo e dos propósitos de Deus, as pessoas podem afastar-se da
verdade. Em 3 Néfi lemos sobre um povo que se afastou: “E aconteceu que. . .
começaram a esquecer os sinais e as maravilhas de que haviam ouvido falar; e
admiravam-se cada vez menos com qualquer sinal ou maravilha dos céus, de modo
que começaram a ficar duros de coração e cegos de entendimento e começaram a duvidar
de tudo quanto haviam ouvido e visto” (3 Néfi 2:1).
Portanto, ao ponderarmos sobre a grandeza criativa
de Deus, também nos foi admoestado que considerássemos a beleza dos lírios do
campo. Lembrem-se de que “todas as coisas prestam testemunho Dêle”! (vide Alma
30:44).
Nesta foto vemos os lírios e logo, em close, o
desenho divino. O mesmo desenho divino que se aplica ao universo se vê em
miniatura nos lírios do campo (vide Mateus 6:28–29; 3 Néfi 13:28–29; D&C
84:82).
No milagre deste planeta estão contidas muitas
sutilezas maravilhosas. Wendell
Berry escreveu o seguinte:
“Quem já contemplou os lírios do campo ou os
pássaros do céu e ponderou a improbabilidade de sua existência neste mundo
quente localizado no frio vazio sideral mal duvidará da transformação de
água em vinho, que, afinal das contas, foi um milagre muito pequeno. Esquecemos
do milagre maior que ainda continua hoje, ou seja, o milagre pelo qual a água,
junto com o solo e raios solares, se transforma em uvas.”
Ao reverenciarmos aquilo que o Senhor criou,
devemos reverenciar a Ele e a Seu caráter o suficiente para que nos esforcemos
muito em nos tornar cada vez mais como Ele é, de acordo com sua ordem (vide
Mateus 5:48; 3 Néfi 12:48; 27:27). Não é de se admirar, portanto, que o poder
da divindade, que se revela nos lírios, de modo semelhante se revele nas
ordenanças de seu evangelho (vide D&C 84:20). De forma temática, estas
ordenanças se relacionam à nossa purificação, a nossos convênios, à nossa obediência
e à nossa preparação, sendo todos necessários, na prática comportamental,
a fim de estarmos capacitados a trilhar jornada de volta ao lar celestial.
Estas expressões pessoais de amor e poder divinos
nos importam muito mais do que a pesquisa para determinar o número de galáxias
existentes, ou a comparação do número de planetas ao das estrelas. Afinal, nós leigos não poderíamos compreendê-las. Atingir a
santificação espiritual nos importa muito mais do que as quantificações
cósmicas.
Assim, ao ampliarmos nossa visão tanto do universo
como dos propósitos abrangentes de Deus, nós também podemos com reverência
exclamar: “Quão grande é o plano de nosso Deus!” (2 Néfi 9:13).
Portanto, ao considerarmos (sondarmos), ponderarmos
e aprendermos, certamente devemos nos maravilhar e devemos nos sentir humildes
intelectualmente. O Rei Benjamim nos aconselhou com estas palavras simples
porém profundas:
“Acreditai em Deus; acreditai que ele existe e que
criou todas as coisas, tanto no céu como na Terra; acreditai que ele tem toda a
sabedoria e todo o poder, tanto no céu como na Terra; acreditai que o homem
não compreende todas as coisas que o Senhor pode compreender” (Mosias 4:9;
itálicos acrescentados).
Por sinal, irmãos e irmãs, em nossos tempos há
aqueles (uns) que acreditam que se eles não compreenderem algo, Deus tampouco o
compreenderá. Ironicamente alguns, na
verdade, preferem um “Deus pequeno.” Convém que todos nós—cientistas e
não cientistas—aumentemos a humildade pessoal em vez de diminuir a divindade!
Por mais fenomenal que seja o que a ciência tem
aprendido a respeito do universo testificador, mesmo assim é só um pedacinho do
todo. Falando acerca desta foto de um “campo profundo” tirada pelo telescópio
Hubble em 1995, dizia-se que “este segmento, a imagem mais profunda dos céus já
tirada, cobria . . . ‘uma partícula do céu da largura relativa de uma moeda de
dez centavos vista a uma distância de 20 metros.’”
A alma estremece, irmãos e irmãs!
O que quer que fosse o segmento que Moisés viu, não
é de se admirar que ele foi oprimido e caiu por terra, dizendo que “o homem não
é nada” (Moisés 1:9–10).
Embora estejamos assombrados, misericordiosamente,
as revelações nos asseguram que Deus nos ama: “Agora, meus irmãos, vemos que
Deus se lembra de todos os povos, estejam na terra em que estiverem; sim, ele
conta seu povo e suas entranhas de misericórdia cobrem a Terra. Ora esta é a
minha alegria e minha grande gratidão; sim, darei graças a meu Deus para
sempre” (Alma 26:37).
Então, irmãos e irmãs, o Senhor se lembra de cada
uma de suas vastas criações. Olhem mais uma vez os “pontinhos de luz” em só uma
fatiazinha de uma galáxia de tamanho normal, a Via Láctea:
Ele conhece todas as criações . Vejam só, o Senhor
conhece todas elas da mesma forma que conhece e ama todos nós, bem como aqueles
que se veem nesta foto ou em qualquer outra multidão—na verdade, todos os
seres humanos! (Vide 1 Néfi 11:17).
A determinação divina é tão consoladora, como
indicam estas palavras de Abraão: “E nada há que o Senhor teu Deus se proponha
a fazer que não faça” (Abraão 3:17). Sua capacidade é tão notável que ele nos
lembra com cortesia, porém incisivamente, duas vezes em dois versículos
seguidos do Livro de Mórmon que Ele realmente é “capaz” de fazer sua própria
obra (vide 2 Néfi 27:20–21). E como!
Ademais, a ordem se reflete nas criações de Deus!
“E vi as estrelas e elas eram muito grandes; e vi
que uma delas estava mais perto do trono de Deus; e havia muitas grandes que
estavam perto dele; . . .
“E assim haverá o cálculo do tempo de um planeta
acima do outro, até que te aproximes de Colobe; e Colobe segue o cálculo do
tempo do Senhor e Colobe está perto do trono de Deus a fim de governar todos os
planetas pertencentes à mesma ordem daquele em que te encontras” (Abraão
3:2, 9; itálicos acrescentados).
Relata-se que um cientista falou o seguinte a
respeito da configuração cósmica: “Pode ser que estejamos morando no meio de
estruturas enormes, ou células, em forma de favo de mel.” Alguns cientistas
dizem que certas galáxias, não planejadas ao acaso, “parecem estar organizadas
numa rede de cordas, ou filamentos, em volta de grandes regiões do espaço
relativamente vazios e conhecidos como vácuos.” Outros astrônomos dizem que já
descobriram “um paredão enorme de galáxias, . . . a maior estrutura já vista no
universo.” É elogiável que tais cientistas capazes continuem a caminhar para a
frente.
Porém, para nós é claro que a Terra nunca foi o
centro do universo, como outrora muitos ingenuamente acreditavam! E não faz
muitas décadas que muitos, de igual modo, acreditavam que nossa Via Láctea era
a única galáxia no universo.
E quanto mais aprendemos mais importantes se tornam
as perguntas e respostas essenciais do porquê do universo. Todavia só se
obtêm as respostas a estas perguntas através da revelação dada por Deus o
Criador, e ainda há (tem) mais a ser revelado:
“Todos os tronos e domínios, principados e poderes serão revelados e
concedidos a todos os que tiverem perseverado valentemente por causa do
evangelho de Cristo.
“E também, se existem limites determinados para os céus ou para os
mares, ou para a terra seca, ou para o sol, lua ou estrelas—
“Todos os tempos de suas revoluções, todos os dias, meses e anos
designados; e todos os dias de seus dias, meses e anos; e todas as suas
glórias, leis e tempos determinados serão revelados nos dias da dispensação da
plenitude dos tempos” (D&C 121:29–31).
Portanto, irmãos e irmãs, ao encararmos o universo,
não vemos nem caos nem inquietação cósmica inexplicáveis. Em vez disso, os fiéis
veem Deus “movendo-se em sua majestade e poder” (D&C 88:47). É como
assistir a um balé cósmico, divinamente coreografado—espetacular, dominante e
assegurador!
Mesmo assim, apesar de nos sentirmos dominados pela
maravilha e assombro, as preocupações mundanas podem nos vencer (vide D&C 39:9).
A rotina enfadonha e a repetição cotidiana podem fazer-nos olhar com
indiferença para o chão em, vez de fitar com reverência para cima e para o
além. Podemos alienar-nos do Criador, que pode parecer uma estrela distante:
“Pois como conhece um homem o mestre a quem não serviu e que lhe é estranho e
que está longe dos pensamentos e desígnios de seu coração?” (Mosias 5:13).
Sabemos que o Criador do universo também é o Autor
do plano de felicidade. Podemos
confiar nele. Ele sabe perfeitamente o que é que traz a felicidade a seus filhos (vide
Mosias 2:41; Alma 41:10).
Neste meio tempo em que alguns passam pelas
situações da vida cotidiana, sentindo-se desprezados e não amados, podem estar
certos de que, apesar de tudo isso, Deus os ama! Suas criações assim testificam.
Portanto, podemos reconhecer Sua mão em nossa vida
pessoal da mesma forma que reconhecemos Sua mão no deslumbrante universo
(vide D&C 59:21). Se reconhecermos Sua mão agora, um dia todos nós que
estamos no berço de suas criações poderemos saber o que significa “ser
envolvidos pelos braços de Jesus” (Mórmon 5:11).
O regozijo reverente que agora procuro inspirar nos
irmãos por este comentário já existia há muito tempo no passado. Ao passo que o
plano do Criador era apresentado na vida pré-mortal, alguns até “jubilavam” (Jó
38:7). E por que não? Pois “o homem existe para que tenha alegria” (2 Néfi
2:25). Que vocês sejam abençoados para que possam contagiar seus alunos com sua
reverência e assombro pelas criações do Senhor e por Seu plano para nós.
Ao
concluir, eu testifico que a obra maravilhosa de Deus é maior que o universo
que conhecemos. Também testifico que os
planos de Deus para seus filhos predatam a criação deste nosso lindo planeta!
No santo nome de Jesus Cristo. Amém.
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