domingo, 16 de abril de 2017

Tudo se Expande

DEC 88:37

37 há muitos reinospois não existe espaço em que não haja reino; não existe reino em que não haja espaçoseja um reino maior ou um reino menor.


Abraão 3:24

24 E estava entre eles um que era semelhante a Deus; e ele disse aos que se achavam com ele: Desceremos, pois há espaço lá, e tomaremos destes materiais, e faremos uma terra onde estes possam habitar;
O começo do século 20 foi marcado não apenas pelo surgimento da relatividade, mas também pela
construção de telescópios grandes e modernos. O americano Edwin Hubble foi o nome mais
conhecido dessa safra de observadores. Em 1923, trabalhando no Observatório de Monte Wilson, na
Califórnia, Estados Unidos, ele identificou uma cefeida (um tipo de estrela) em uma nebulosa e
mostrou que ela estaria localizada muito longe da Via Láctea. Isso provou que não habitamos a única
galáxia do Universo. Mas o passo mais importante começou a ser dado em 1929, quando Hubble
percebeu que as estrelas mais afastadas da Terra são aquelas que estão se afastando mais
rapidamente. O Universo estaria, portanto, se expandindo. Hubble, no entanto, deixou claro que o
problema dele era coletar os dados - e nunca se propôs a teorizar sobre isso. Ele preferia os
holofotes de jornais e TVs, pois agora também era uma celebridade.
Com a prova de que o Universo estava se expandindo nas mãos, o trabalho dos teóricos passou a
ser "retroceder no tempo" para tentar descobrir como exatamente chegamos até aqui. O ucraniano
George Gamow era uma das figuras centrais dessa "arqueologia do cosmos", mas a interferência
política dos governantes soviéticos nas pesquisas científicas fez com que ele e a mulher resolvessem
fugir de seu país. Depois de duas tentativas fracassadas - na primeira, pretendiam atravessar o Mar
Negro em um caiaque - eles finalmente conseguiram e, em 1940, chegaram aos Estados Unidos.
Interessado em pesquisar a física das partículas, o ucraniano percebeu que ali não havia mais
ninguém estudando o tema seriamente só depois soube que todos os outros cérebros da área haviam
sido cooptados para o Projeto Manhattan, que levaria à construção da bomba atômica americana.
Junto com seus colegas Ralph Alpher e Robert Herman, Gamow constatou que os primeiros
momentos do Universo seriam tão quentes que quebrariam qualquer átomo e transformariam tudo em
uma sopa de prótons, nêutrons e elétrons (as menores partículas conhecidas até então). E, quando
ele esfriasse, essas partículas formariam apenas os menores átomos possíveis, os de hidrogênio e
hélio - o que explicava por que esses elementos hoje compõem 99,9% de toda a matéria que vemos
no Universo. Eles também previram que 300 mil anos depois da explosão teria havido a liberação de
uma enorme quantidade de luz que faria um "eco luminoso" no Universo. E isso poderia ser percebido hoje.
Foi então que o debate se acirrou. Para uns, o Universo estaria se expandindo a partir de um
momento inicial e, para outros, ele era eterno e provavelmente infinito. Um dos maiores defensores
da segunda hipótese, o inglês Fred Hoyle, chegou a dizer em um programa da Rádio BBC que não
via "nenhuma boa razão para preferir essa idéia de big-bang". O intuito de Hoyle era ironizar, mas era
a primeira vez que alguém usava esse termo para se referir à teoria - e o apelido pegou. Para o azar
de Hoyle, "essa idéia de big-bang" só ganhou evidências a partir daí. Uma das principais descobertas
foi feita por Arno Penzias e Robert Wilson, dos Laboratórios Bell, em meados dos anos 1960. Eles
detectaram um ruído nos seus aparelhos de radioastronomia. Como isso não os deixava trabalhar,
eles foram atrás da razão. Acabaram descobrindo que se tratava da radiação cósmica de fundo - o
"eco" do big-bang previsto por Gamow. "A confirmação dessa radiação deu credibilidade ao modelo.
Desde então, ele tem sido refinado com inúmeras observações", diz o físico brasileiro Marcelo
Gleiser, do Dartmouth College, Estados Unidos.

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